sexta-feira, 31 de março de 2017

Exu o Infinito

É um Orixá indispensável dentro do culto, sem ele não existe Orixá, pois é ele que serve de mensageiro entre os Deuses e os
seres humanos. Exú é o guardião das casas, dos templos das cidades e
das pessoas. Toda vez, que for fazer algo a algum Orixá deve ser feito
primeiro oferendas à Exú. Ele pode ser considerado o mais humano
dos Orixás, nem mau, nem bom. Exú foi criado da mesma matéria
divina da qual os seres humanos foram criados. Como Orixá, diz-se
que ele veio ao mundo com um porrete chamado Ogò, que teria a
propriedade de transporta-lo, ele representa também toda a fertilidade
que é consagrada a ele. Mensageiro dos homens aos orixás. Elemento
dinâmico, caminha entre o céu ( orun ) e a terra ( aiyê ), sempre
levando mensagens dos filhos aos orixás. Exú é único, e como único
tem o poder de transformar tudo a sua volta. Exú está a frente da
evolução do mundo, participando de tudo ao seu redor. Todo ser
humano possui seu Exú individual, como tem seu Orixá. Exú é
responsável pela comunicação, pela evolução, pois está associado a
atividade sexual, que assegura a continuidade da espécie humana.
Como é ligado a evolução, também é ligado ao destino das pessoas, e
com isso pode circular livremente entre todos os elementos da terra.
Ele também representa o feminino e o masculino. Exú, pôr ser o senhor
dos caminhos, pela responsabilidade que ele tem, é o primeiro a ser
cultuado em qualquer ritual. Somente ele tem o poder de abrir ou
fechar os caminhos, conforme for tratado. Tanto pode trazer coisas
boas, como má, pelo fato de estar sempre no caminho. A presença de
Exú é necessária, pois somente ele transporta as oferendas e somente
ele pode fazer aceita-las ou não. Se não agraciado no início de
qualquer ritual, pode haver um desequilibro, o que faria que ele
fechasse os caminhos e liberasse forças negativas para castigar quem
não o tratou direito, pois ele pode punir ou proteger. Mas bem tratado,
ele somente semeia o bem, fertilidade, saúde, harmonia. Seu local consagrado para adoração é a encruzilhada (orita), aonde
todos os caminhos se cruzam, para poder observar e a partir daí, controlar todos os caminhos. A rosa dos ventos o
representa pois ela representa todas as direções do mundo. Diz-se que Exú nasceu com uma lamina sobre a cabeça. Isso por
sinal, é dito em uma de suas saudações;
"Sonsó óbè kó lórì erù" ( A lâmina é afiada, ele não tem cabeça para carregar fardo)
Exú é considerado a terceira cabaça da existência, muito embora ele seja considerado como o primeiro Orixá a pisar na
Terra, Oxalá é a primeira cabaça da existência e Oduduá é a segunda cabaça.
Èsù é um Òrìsà de grande importancia entres os Yorùbá. Por ser muito corajoso e esperto, é considerado maior do que os
outros Òrìsà, e nunca é esquecido por seus cultuadores que, a fim de aplacar sua ira, fazem-lhe as oferendas de alimentos
sempre em primeiro lugar. Pode ser maldoso a qualquer momento, sendo por isso chamado de Buruku (qualificação
maligna).
Os Yorùbá acreditam que ele sempre carrega um objeto chamado Agongo Ogo, com o qual realiza suas maldades. A imagem
de Èsù é feita de um conjunto de pedras (Yangi). Fazem-lhe sacrifícios para mantê-lo em frente de casa, mas sua imagem
jamais é mantida no interior do lar, sob pena de amaldiçoar a família.
É comum oferecer a Èsù, entre outros, bodes (Òbúko), azeite-de-dendê (Epò Púpà), galos (Àkùko), caracóis (Ìgbín), acaçá e
Obí. Sobre sua imagem (Ère) colocam-se azeite-de-dendê (Epò Púpà) e sangue de animal ( Èjè), simbolizando seu banho
por essas substâncias. Èsù é inimigo de alguns Òrìsà. A fim de incitá-lo à maldade contra alguém, coloca-se sobre sua
imagem (Ère) um óleo denominado adí e um bilhete contendo o nome da pessoa contra quem se pratica o feitiço. Pessoas
pedem também fecundidade a esse Òrìsà. Conseguindo-a, dão a seus filhos nomes que incluem o de Èsù, tais como Èsùtosin
(É bom cultuar Èsù), Èsùbìyí (Nascido de Èsù) etc. Èsù possui também outros nomes, como Elégbára, Elégbáa, Leégbá.
As cidades onde se cultua Èsù são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta e Ekiti. Há cem anos atrás costumava-se sacrificar seres
humanos em homenagem a Èsù, pratica hoje abandonada

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